Veja como foi o bate-papo com Luis Fernando Verissimo na BSP
Postado em 25 DE novembro DE 2013“A obra de Luis Fernando Verissimo é poliédrica”. Foi assim que o jornalista Manuel da Costa Pinto abriu o Segundas Intenções deste sábado, 23 de novembro, ao se referir ao fato de que Verissimo escreve contos, crônicas e romances.
De forma muito bem-humorada, Verissimo contou que começou a escrever por acaso. “Tinha quase 30 anos, era recém-casado, morava no Rio e não tinha ideia de que rumo dar pra vida. Aí fiz a coisa mais recomendada neste caso, voltar para a casa do pai. Voltei pra Porto Alegre e tive a oportunidade de trabalhar no jornal Zero Hora.” Lá, Verissimo escrevia para a seção de Horóscopo e inventava todos os conselhos. Vez ou outra até os repetia. Depois foi para a seção de Bares e Restaurantes, onde também inventava as avaliações. “Foi assim que descobri que sabia escrever.”
Verissimo falou também sobre alguns de seus personagens e a aposentadoria deles, como o Analista de Bagé, que foi criado para o programa Faça Humor, Não Faça Guerra, de Jô Soares, e era, no começo, um garçom gaúcho que trabalhava em um restaurante francês e sempre empurrava para os clientes os pratos típicos do Rio Grande do Sul. Depois ele se tornou um psicanalista com métodos pouco ortodoxos para um consultório.
Já a Velhinha de Taubaté era uma senhora que atravessou vários anos sempre confiando nos governos, até que morreu ao descobrir o envolvimento de Antonio Palocci, seu ídolo, no mensalão. “Foi o primeiro personagem cuja morte foi anunciada nas capas dos jornais”, comentou.
O escritor falou ainda sobre os diversos textos que circulam na internet cuja autoria é atribuída a ele. “Eu recebo xingamentos e elogios por coisas que não escrevi. Uma vez uma senhora me parou para falar que nunca gostou muito dos meus textos, mas que um chamado ‘Quase’ era muito bom. Eu nunca escrevi isso, mas agora ele é quase meu”, riu Verissimo e a plateia.
Ao final, Manuel da Costa Pinto mostrou os recortes que tem, da década de 1980, das crônicas que Luis Fernando Verissimo escreveu para a Folha de S.Paulo. “Me passa depois, porque eu posso reaproveitar”, pediu Verissimo. “A gente conversa, faço um preço especial pra você”, retrucou Manuel.