Tema de Clube de Leitura, 'Cloro' promove debate sobre orientação sexual
Postado em 22 DE junho DE 2020

Terceiro romance do escritor e diplomata Alexandre Vidal Porto, "Cloro" foi tema de um intenso debate no Clube de Leitura da BSP de sexta, 19 de junho, em parceria com a editora Companhia das Letras. Moderado por Rodrigo Oliveira, do Atendimento da SP Leituras, e por Janaina Melo e Fernanda Romão, do Acervo, o encontro virtual teve a participação de mais de 20 pessoas.
Nascido em São Paulo, em 1965, Vidal Porto é também mestre em direito pela Universidade Harvard, colunista do jornal Folha de S.Paulo e autor de "Matias na cidade" (2005) e "Sérgio Y. vai à América". "Cloro" é seu terceiro romance, e o segundo publicado pela Companhia das Letras. Para ler um trecho do livro, basta entrar no site da editora e baixar um arquivo em pdf gratuitamente.
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No livro, uma tragédia familiar desestrutura a vida burguesa de um homem gay que ainda não assumiu sua orientação sexual. Morto precocemente, Constantino, o protagonista, narra sua história do túmulo, como o Brás Cubas de Machado de Assis. Desde cedo, incorpora um personagem heterossexual, casando-se com a namorada da adolescência. Mas isso muda a partir da dor intensa, e ele passa a ter uma vida dupla.
"Gostei muito do livro, li em um dia", disse a participante Paola Mariz. "Achei muito interessante a segunda parte do livro, porque faz um contraponto legal, com o Constantino querendo controlar tudo. Quando uma tragédia acontece, a coisa muda. É um divisor de águas porque é muito traumático. Viver dentro do armário é tão difícil quanto sair do armário."
Já Mayara Portugal disse que chamou a atenção dela o preço pago por Constantino por assumir durante tanto tempo um papel duplo: "Fiquei pensando a respeito. Fica a impressão de que tudo isso poderia ter sido diferente se eles simplesmente conversassem a respeito".
Uma questão polêmica foi a comparação do livro com "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, por causa do recurso do narrador-defunto. Para Osvaldo Yasuda, por exemplo, a comparação "não se justifica". Já para Alice Seixas, que não tinha nenhuma informação prévia sobre o romance de Vidal Porto, a leitura "remeteu na hora pro Machado".
Com a transposição do Clube de Leitura para o ambiente virtual, abriu-se espaço para novos elementos, como a apresentação de algumas reportagens sobre o livro, sugestões de outros títulos e filmes sobre o tema e até a exibição de vídeos do autor falando de sua obra.
Entre as sugestões de leitura, estão "O quarto de Giovanni", de James Baldwin; "Maurice", de E.M. Foster, e "Confissões de uma máscara", de Yukio Mishima. E entre as dicas de filmes, figuram "Tatuagem", de Hilton Lacerda; "Além da fronteira", de Michael Mayer, e o curta "Travessia", de Chico Amorim.
O Clube de Leitura faz parte da programação da BSP no período de quarentena, que conta com várias outras atividades online. Com a necessidade de estimular o distanciamento social e outras medidas de proteção contra o contágio pelo novo coronavírus, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo criou o #Culturaemcasa, que amplia a oferta de conteúdos virtuais dos equipamentos.
Importante lembrar que a biblioteca está com atividades presenciais suspensas.
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