Segundas Intenções com João Anzanello Carrascoza na BVL
Postado em 16 DE maio DE 2017No Segundas Intenções, falou que é uma honra participar do programa, que adora encontrar com o público e que visita com frequência o Parque Villa-Lobos e a biblioteca ali instalada. Relembrou a cidade de Cravinhos, onde nasceu em 1962, e contou que muito pequeno ficava ouvindo histórias do folclore regional contadas por familiares. E que um grande incentivo para entrar no caminho das letras foi frequentar bibliotecas, como as que tinha na sua casa, na escola e na casa de parentes e amigos. “A literatura é o campo do silêncio. O escritor escreve sozinho e o leitor lê sozinho. Acho que a minha entrada na literatura se deu pelo prazer da leitura. E a minha formação com escritor se deu muito menos em comprar os livros e mais em lê-los na biblioteca. A bibliotecas não são labirintos, como definia Jorge Luis Borges, mas um espaço de descoberta de mundos possíveis”.
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Afirma que escreveu obras ótimas e outras em que ele se eleva como escritor e como pessoa. Este é o caso de Caderno de um ausente, em que um narrador fala da sua experiência de vida para a filha que acabou de nascer. “Eu senti o desejo de escrever esse livro e passar um pouco do legado que tinha da vida para alguém”. A obra inaugurou uma trilogia citada acima. Outro exemplo é Espinhos e alfinetes, que “fala das dores que as pessoas enfrentam na vida das dores e das dores que são criadas pelas pessoas, algo próprio da condição humana”.
Manuel então aponta que o autor tem uma recorrência temática, que é o âmbito familiar e as relações interpessoais. Ele concorda e diz que nós (pessoas) somos o tema. “A descoberta do outro me foi misteriosa, vagarosa e se deu para mim dentro das entranhas da casa. Porque é inesgotável o mundo da família. Ali começam coisas maravilhosas e a nossa precariedade. Alguém desejou continuar no mundo e te trouxe para um lugar que você vai perder. Te deu a oportunidade da vida que você vai perder. É uma dádiva e uma maldição. E o sentido de permanência, de querer estar aqui, o tônus da vida eu aprendo com esse outro”.
A conversa andou pelo seu percurso na literatura infantojuvenil, que começou antes da literatura dita adulta. Ele veio do interior estudar na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Passou a publicar alguns contos em suplementos literários de jornais, mas ainda sem um livro impresso. Foi trabalhar em agências de propagandas e, lá, conheceu uma professora que o convidou para contar histórias numa escola. Como os pedidos eram constantes, resolveu escrever um texto para os pequenos. Num dia de contação, encontrou uma livreira que tinha contato com editoras. Ela lhe pediu algumas cópias daquela história e a enviou para conhecidos. A Editora Melhoramentos gostou do material e ele teve sua primeira publicação, intitulada Flores do lado de baixo.
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Na sequência, o autor leu trechos de livros; contou diversas histórias sobre coincidências, que foi tema de Diário das coincidências; comentou sobre as diferenças entre a memória, as vivências e a ressignificação; viajou nas reminiscências de Marcel Proust e de suas famosas madeleines; disse que o ato de narrar é também uma lembrança; abordou o projeto gráfico como um elemento importante e presente em sua obra; falou de Linha única, uma coletânea de 600 microcontos que se inspira no lirismo do haicai e na concisão do Twitter; da influência de autores como William Faulkner e de como foi importante a leitura de Enquanto agonizo.
O próximo Segundas Intenções na BVL é com o escritor Bernardo Kucinski, no dia 10 de junho, às 11 horas. Compareça!
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