13.06 - Segundas Intenções Daniel Munduruku e Rubens Matuck - Equipe BVL2

_

Neste sábado, 13 de junho, a Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL) recebeu um divertido bate-papo na Oca com o escritor Daniel Munduruku e o ilustrador Rubens Matuck. A atividade foi no programa Segundas Intenções e os autores falaram sobre como o olhar indígena pode contribuir para a sociedade, além de expor uma crítica a universidade brasileira. A mediação foi do jornalista Manuel da Costa Pinto.

_

Daniel Munduruku é escritor e professor pertencente à etnia indígena mundurucu. Ele começou falando que sua ligação com a literatura foi quando era professor e começou a contar parte das histórias de tradição oral dos povos nativos. Ali, ele percebeu que boa parte das estórias não estava escritas e isso foi um incentivo para exercitar o seu fazer literário.

_

“Eu fazia a ponte entre os mitos gregos com a mitologia indígena. Uma vez, um aluno perguntou onde ele podia ler as histórias que eu contava. Ali caiu a ficha de que era preciso documentar essa tradição”, comentou. Munduruku tem atualmente 47 livros publicados, boa parte deles no esforço de falar dos povos ancestrais. Um dos destaques da sua obra é uma parceria com Matuck em O olho bom do menino, livro fora de catálogo.

_

Rubens Matuck é desenhista e pintor. Como ilustrador, trabalhou para publicações como Última Hora, Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo, entre outras. Estudioso, ele se dedicou a aprender a história da escrita. Viajou o país e criou a obra Cadernos de Viagens, registros dos ecossistemas que encontrou, que já foi tema de exposição na BVL. Na sua fala, foi um crítico ácido da formação acadêmica brasileira, que na sua visão é tradicional e rotulante. “O Brasil não conhece a sua população nativa. A palavra índio carrega preconceito e exclusão”, comentou.