Segundas Intenções: Marçal Aquino fala sobre seu novo livro
Postado em 25 DE maio DE 2021
[caption id="attachment_68897" align="aligncenter" width="904"]

Convidado do Segundas Intenções de maio, Aquino contou durante o bate-papo com o jornalista Manuel da Costa Pinto sobre seu último romance “Baixo esplendor”, concluído na pandemia, e que acaba de ser publicado, após 16 anos do lançamento de “Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios” (2005) e de um profícuo período dedicado ao audiovisual, como autor de séries como “Carcereiros” e “Supermax” e de roteiros como “Os matadores” e “O cheiro do ralo”, para o cinema.

Voz e olhar afiados
Aquino nasceu na zona rural de Amparo, interior paulista. O pai trabalhava numa fazenda e estimulou seus dez filhos a estudarem. Seus irmãos mais velhos descobriram os quadrinhos – e ele, mesmo sem saber ler, já se familiarizava com aquela linguagem. Por volta dos 12 anos começou a aproximação de Monteiro Lobato e Tarzan – personagem com o qual preferiu conviver em livros ao invés de filmes ou quadrinhos. Ali começava a imaginar.
Entre os anos de 1973 a 1976, leu muito, sobretudo grandes contistas contemporâneos brasileiros. E entendeu que para escrever era preciso ler, ler, ler. “A grande oficina da literatura é o livro. No meio dessa polifonia tem um momento em que algo é seu”, diz o escritor, autor de 16 obras infantojuvenis e adultas, sempre envoltas em um ar policial, uma atmosfera noir, de crimes e submundo.
Por gostar de escrever, foi trabalhar no jornalismo. E mal sabia que a atividade de repórter policial exercida no Jornal da Tarde, entre 1986 e 1990, contribuiria com a sua literatura. Viveu diversas experiências, foi aos garimpos, viajou às fronteiras, fez entrevistas e aproximou-se de pessoas que praticavam atividades ilícitas e tudo isso se transformou no caldo literário. “Dizer que o que eu faço é literatura policial é redutor. Minha literatura vai a outros lugares”, diz ele, que recusa o título de poeta, embora tenha três livros no gênero. Seja como romancista, seja contista, numa realidade pontiaguda, encontra-se uma poética minimalista dentro dos textos. Algumas obras têm títulos que são quase poemas como “O amor e outros objetos pontiagudos” (Prêmio Jabuti 2000). “Gosto de títulos longos – só acho que eles não devem ser maiores do que os livros”, brinca o autor também influenciado pela poesia marginal.
A serventia das crises
Antes de escrever seu primeiro romance, publicou o livro de poemas “Por bares nunca antes naufragados”. A experiência serviu para descobrir que a poesia, em seu caso, é um lugar onde afia a lâmina.
As crises que revelaram a Aquino que não tinha vocação para quadrinista nem poeta foram cruciais. Delas nasceu o prosador. “Não existe como se dedicar com o mesmo ímpeto à prosa e à poesia”, diz um escritor inquieto sempre em busca de encontrar sua voz narrativa.
É das histórias das pessoas que vem o seu impulso literário, dos momentos de extrema poesia que ocorrem no cotidiano. Ele conta que na rua há recados para ele: “vejo um mendigo cantando lixo na Liberdade e usando uma camiseta onde está escrito: gente é pra brilhar e anoto à mão em cadernos. É viagem pessoal. Depois passo para o computador”.
Mal saiu do forno o seu novo livro, Aquino já tem na cabeça o novo projeto ao qual irá se dedicar. Uma obra que deixou engavetada por algum tempo, “Felicidade genital” é uma sátira dos tempos coloniais.
A íntegra do bate-papo, você pode assistir no nosso canal no YouTube ou aqui.
Notícias

Clima de ‘abraço’ marca abertura oficial da 13ª edição do Seminário Internacional Biblioteca Viva
Teve início nesta manhã, terça-feira, 5 de julho, a 13ª edição do Seminário Internacional Biblioteca Viva – Culturas digitais: movimentos e possibilidades
Postado em 05 DE julho DE 2022
As bibliotecas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
Evento realizado no estande de Portugal durante a Bienal Internacional do Livro debate a relação das bibliotecas com a agenda 2030
Postado em 05 DE julho DE 2022
SP Leituras participa de debates promovidos pela 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, destaca o lugar das novas bibliotecas como espaços de inovação e acolhimento para promover o diálogo com os novos leitores, em debate promovido pelo espaço Papo de Mercado.
Postado em 04 DE julho DE 2022
SP Leituras marca presença na 26ª Bienal Internacional do Livro
O destaque do estande é a BibliON, a biblioteca digital gratuita do estado de São Paulo, gerida pela instituição
Postado em 01 DE julho DE 2022