Raimundo Carrero, raiz do Movimento Armorial, participa de bate-papo
Postado em 29 DE junho DE 2021O escritor e jornalista Raimundo Carrero é o convidado do Segundas Intenções de julho. No bate-papo, o pernambucano da cidade de Salgueiro vai contar como a paisagem da Caatinga e a cultura nordestina forjaram a sua arte. O encontro está marcado para o dia 12 de julho, das 19h às 20h, e será transmitido ao vivo pelo Facebook da BSP, da BVL, do SisEB e do Literatura Brasileira no XXI. A mediação é do jornalista Manuel da Costa Pinto.
Carrero, nascido em 1947, mudou-se para Recife na adolescência e dedicou mais de duas décadas ao jornalismo, em especial, ao Diário de Pernambuco, jornal no qual atuou em diversas funções, entre as quais foi repórter, chefe de reportagem, secretário de redação, além de crítico literário e editor nacional. Trabalhou também no rádio e na televisão.
Nos anos 70 viveria uma experiência fundamental que influenciou a sua produção literária. Carrero participou ativamente do Movimento Armorial, que preconiza a valorização das artes populares nordestinas como base para estimular a criação da cultura erudita. O nome incomum, cujo significado é “relativo a heráldica (brasões e escudos)” remetia a presença disseminada de escudos e brasões estilizados em estandartes presentes em manifestações tão variadas quanto grupos de maracatu e escolas de samba.
É como se o Brasil olhasse para dentro de si, visitando diversas linguagens artísticas do teatro à música, da literatura de cordel à dança e produzisse, a partir das entranhas enraizadas na magia do sertão, algo novo. O idealizador do movimento foi o escritor paraibano Ariano Suassuna – durante período em que atuava como diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco –, com quem Carrero trabalhou e de quem recebeu forte influência.
Também participaram do movimento os seguintes artistas: Francisco Brennand (1927): artista plástico e ceramista pernambucano; Gilvan Samico (1928-2013): gravurista, desenhista e pintor pernambucano; Antônio Madureira (1949): músico e compositor potiguar e Antônio Nóbrega (1952): artista e músico pernambucano.
Raimundo Carrero tem 23 obras publicadas e algumas delas forma traduzidas para o francês, espanhol, romeno e búlgaro. Entre os prêmios recebidos, destacam-se o Jabuti, pelo livro de contos As sombrias ruínas da alma (2000) e o Prêmio São Paulo de Literatura, pelo romance A minha alma é irmã de Deus (2010). Esta última e O senhor agora vai mudar de corpo (2015) estão disponíveis em nosso acervo.
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Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Carrero mantém há mais de duas décadas uma Oficina de Criação Literária que revelou escritores como Marcelino Freire.
Segundas Intenções Online, com Raimundo Carrero. Mediação de Manuel da Costa Pinto. Segunda-feira, 12 de julho, das 19h às 20h. Transmissão ao vivo nas páginas da biblioteca no Facebook, da Biblioteca de São Paulo, do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo e do Literatura Brasileira no XXI.