Projeto permite que detentas tenham acesso a livros em Porto Alegre
Postado em 04 DE dezembro DE 2013As obras doadas para o Banco de Livros, em Porto Alegre, têm o objetivo de transformar a vida de pessoas que por algum motivo não têm acesso à leitura. Entre as instituições beneficiadas pelas doações está a Penitenciária Feminina Madre Pelletier, por meio do projeto Passaporte para o Futuro.
Uma das presidiárias, de 65 anos, ajuda a organizar os livros. O espaço, que existe desde 1999, está fechado há um ano e meio para reformulação. O Banco de Livros já doou para a penitenciária quase 1,4 mil obras. O problema é que faltam pessoas capacitadas para catalogar todo o acervo. Por isso, o trabalho é lento. Mas, segundo ela, recompensador.
"Organizo tudo direitinho, e organizando eu já vou dando uma lida nos livros, né?", conta ela, sorrindo. "O livro é meu amigo, é meu companheiro, é o que me ensina a viver no meio disso aqui", completa.
Em meio às grades, muitas detentas encontram nos livros um conforto, respostas a dúvidas existenciais e ensinamentos de vida. Na escola da penitenciária também existe uma biblioteca, mas é restrita a alunas. A ideia agora é unificar todo o acervo para as mais de 200 presas terem acesso.
"A imaginação, o pensamento delas não tem que estar preso. Pessoas que nunca escreveram, que nunca leram, acabam saindo com este hábito, que acaba modificando o indivíduo. A leitura faz isso, modifica", diz a vice-diretora substituta da penitenciária, Gislaine Monteiro.
O hábito de ler já mudou a perspectiva de vida da presidiária de 65 anos do Madre Pelletier. Ela conta o que já aprendeu com os livros. "Lutar para seguir em frente, para ver novos horizontes, para vencer, para ter novas expectativas. Coisas que eu não queria mais, eu voltei a querer, como estudar, vencer, me conhecer, porque eu não me conhecia", destaca.
Fonte: G1