Prêmio São Paulo de Literatura 2013 reúne autores finalistas na BSP durante o fim de semana

Postado em 18 DE novembro DE 2013

Durante o final de semana, nos dias 16 e 17 de novembro, autores finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura discutiram e promoveram suas obras na Biblioteca de São Paulo (BSP). O bate-papo foi realizado no auditório, às 11 horas. A iniciativa é da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, para que o público conheça os autores e livros finalistas da edição 2013.

Evandro Affonso Ferreira participou dos dois debates e falou de O Mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam (Record, 2012), com o qual concorre ao Prêmio São Paulo de Literatura na categoria Melhor Livro do Ano. Recentemente, ganhou o prêmio Jabuti com o romance. “Não me preocupo com a história, mas com a palavra, o som, o pensamento. Na verdade, fracassei em tudo e por isso virei escritor. Eu quero ser o Paulinho da Viola da literatura”, confessou. Contou que teve a ideia quando, em um passeio por São Paulo, contou 95 mendigos. Imaginou então um personagem que morasse nas ruas altamente literato e que espera uma mulher que mude a sua vida.

Jacques Fux e Roberto Schaan Ferreira estiveram presentes no sábado, 16 de novembro. Fux comentou sobre um dos seus temas preferidos de pesquisa, a lógica entre a matemática e a literatura. Atualmente é pesquisador na Universidade de Harvard. Para ele, a paixão por Jorge Luis Borges une os temas e foi projeto de uma tese acadêmica. Como escritor, ele afirma que ainda está à procura de “achar a sua própria voz, que é algo que faz parte da vida e da literatura”. Concorre ao Prêmio pelo livro Antiterapias (2012, Scriptum) na categoria Melhores Livros do Ano - Autores Estreantes (menos de 40 anos).

Já Ferreira comentou que acorda todos os dias muito cedo, às 4 horas. Exerce a advocacia, o magistério superior e a magistratura federal e teve contato com a literatura durante a sua formação acadêmica. Afirmou que escrever poesia sempre foi um processo sofrido e doloroso. “Quando me interessei pela prosa, as ideias começaram a fluir melhor. Tinha um eixo com o qual eu podia escrever”, revelou. Por que os ponchos são negros (2102, Editora da Cidade) é finalista na categoria Melhores Livros do Ano - Autores Estreantes (mais de 40 anos).

No domingo, 17 de novembro, Luisa Geisler e Paula Fábrio participaram do bate-papo com Evandro Affonso Ferreira. Elas falaram sobre a importância de prêmios literários como uma chancela para continuarem escrevendo e também um incentivo para a divulgação de suas obras.

Luisa Geisler, por exemplo, afirmou que somente foi publicada por ter participado de prêmios literários. No currículo, já ganhou o Prêmio Sesc de Literatura duas vezes, foi finalista do Jabuti e do Prêmio Machado de Assis. Concorre ao Prêmio São Paulo de Literatura na categoria de Autores Estreantes (menos de 40 anos) com Quiçá (Record, 2012). Luisa ainda é universitária e comentou sobre a diferença de escrever contos e um romance. “Quiçá nasceu de um conto que se tornou grande demais. Aí tive que mudar a história para pensar em um romance. Isso exige bastante planejamento.”

Já Paula Fábrio falou que em seu livro, Desnorteio (Patuá, 2012), a história e a memória estão impregnadas em todos os personagens. Ela afirma que a narrativa é baseada na vida de dois tios que foram mendigos no interior de São Paulo. “Terminei o livro por exaustão, já tinha 57 versões. Uma hora tem que entregar e partir para o próximo”, afirma. Atualmente, a autora faz mestrado em Letras na USP e, seu próximo livro, Ponto de fuga, foi premiado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo).

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