Para o escritor João Silvério Trevisan, "homofobia não cabe na democracia"
Postado em 17 DE maio DE 2021O Dia Internacional contra a Homofobia, 17 de maio, foi referência de atividade conduzida pelo escritor João Silvério Trevisan na programação online da BSP, intitulada "Homofobia não cabe na democracia". Realizado na tarde de sábado, 15, o encontro reuniu mais de 30 pessoas em torno do tema e da fala de Trevisan, que é também ativista da comunidade LGBT+ e pesquisador do tema. Os mecanismos da homofobia, as causas e as consequências em nossa sociedade pontuaram a palestra, que contou com a participação do público em uma sessão de perguntas e respostas, no encerramento da atividade.
Para Trevisan, em uma democracia de verdade, o comportamento homofóbico não é problema apenas para a comunidade LGBT+, assim como o racismo não se circunscreve somente à comunidade negra. Como ressaltou, trata-se de inclusão, de acolhimento da diversidade de valores, culturas e grupos. Na opinião do escritor, quem está tranquilo com sua sexualidade não se incomoda com a orientação e gênero dos demais.
Trevisan evidenciou as raízes da homofobia na história da humanidade e traçou paralelos com a tradição da estrutura cristã, no decorrer dos séculos (apesar de, como diz ele, a questão não ser exclusividade do cristianismo). Como destacou, trata-se muito do sistema patriarcal falocêntrico e da organização cristã que se protegem e se complementam historicamente.
Um cenário que, ainda hoje, resulta em violência, como salientou Trevisan ao citar alguns dos casos noticiados recentemente. Só no ano passado, 175 travestis e transexuais foram assassinados em crimes de ódio, segundo dados de dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Para ele, se estamos de fato em uma democracia - ou lutando por uma -, não podemos continuar "fazendo de conta" que cidadãos LGBT+ sejam considerados de segunda categoria.