Para festejar Dia do Quadrinho Nacional, BSP promove oficina com Eloar Guazzelli Filho
Postado em 23 DE janeiro DE 2021Para comemorar o Dia do Quadrinho Nacional, que no Brasil cai em 30 de janeiro, a Biblioteca de São Paulo programou uma atividade sobre o tema com o artista gaúcho Eloar Guazzelli Filho. A oficina online Quadrinhos de Bolso acontece nos dias 28 e 29, das 14h às 17h - para mais informações, clique aqui. Vagas limitadas.
Na oficina, Guazelli pretende articular as diversas linguagens visuais, do desenho de humor à caricatura, passando pelas tiras e cartuns, de forma que, ao final, os alunos possam reconhecer suas diferenças e semelhanças. A ideia, diz ele, é sintetizar, por meio da elaboração de exercícios e histórias curtas, a presença de todos esses elementos.
[caption id="attachment_63148" align="aligncenter" width="702"] Eloar Guazzelli Filho. Foto: Marcos Muzi.[/caption]
A Biblioteca Parque Villa-Lobos também vai comemorar a data com uma atividade de quadrinhos em janeiro. Ministrada por Carol Ito, a oficina online Tirinhas autobiográficas acontece nos dias 26 e 27, das 14h às 16h30 - para se inscrever, clique aqui. Vagas limitadas.
Você também pode encontrar obras sobre o assunto nos acervos da BSP e da BVL, e na Biblioteca Digital.
Festa da HQ
No Brasil, o Dia do Quadrinho Nacional é comemorado em 30 de janeiro, de acordo com o estabelecido em 1984 pela Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-SP). Nesta data, em 1869, foi publicada na revista "Vida Fluminense" aquela que é considerada por muitos acadêmicos a primeira HQ brasileira, "As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte", do artista ítalo-brasileiro Angelo Agostini (1843-1910).
Nascido na Itália e criado na França, Agostini veio para o Brasil com 16 anos, para acompanhar a mãe, a cantora lírica Raquel Agostini, contratada pela Companhia Lírica do Teatro Lírico Fluminense. Radicado no País, tornou-se ilustrador, caricaturista, desenhista e pintor, talvez o mais importante artista gráfico da segunda metade do século XIX. Foi um dos criadores das histórias em quadrinhos no Brasil, editor e ativista político, tendo defendido a abolição da escravatura e a proclamação da República. Ele é citado na versão online da Enciclopédia Britânica, no verbete sobre as "tiras cômicas".
Morou em São Paulo e no Rio, cidades onde fundou várias revistas de humor, como "O Diabo Coxo", "O Cabrião", "Revista Ilustrada" e "Dom Quixote". Também colaborou para "O Arlequim", "Vida Fluminense", "O Mosquito", "O Tico-Tico" e "O Malho". Em 1888, consegue a cidadania brasileira. Como teve uma filha fora do casamento, o que causou escândalo à época, viaja para Paris em 1889, e lá permanece até 1895, quando volta ao Rio. Morre na capital brasileira, no dia 28 de janeiro de 1910.
Segundo Rosangela de Jesus Silva no artigo "Angelo Agostini: crítica de arte, política e cultura no Brasil do Segundo Reinado", para o abolicionista Joaquim Nabuco, Agostini era um idealista, desprendido da política institucional e interessado nos reflexos das atitudes políticas na vida das pessoas. “Angelo Agostini teve a fortuna de ser o que se pode chamar em matéria de liberalismo o caráter bem equilibrado, o daquele que ama a liberdade, não pela palavra, mas pela coisa, não pela doutrina, mas pelo fato, e, sobretudo não por si, mas pelos outros”.