O Segundas Intenções com Micheliny Verunschk
Postado em 14 DE março DE 2022A BSP recebeu, no “Segundas
Intenções” do último sábado, 12, a escritora, poeta, romancista e historiadora
de formação Micheliny Verunschk. Em sua participação de quase duas horas no
auditório da biblioteca, a autora de “O som do rugido da onça”, “O amor, esse
obstáculo”, “Geografia íntima do deserto”, “O observador e o nada”, “O peso do
coração de um homem”, “Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida”(disponíveisem nosso acervo) e outras publicações respondeu às perguntas do jornalista
Manuel da Costa Pinto e do público presente.
Nascida na pernambucana
Arcoverde, cerca de 250km distante da capital, a escritora contou ao longo da
conversa que seu nome é na verdade um nome composto e não um pseudônimo, como
muitos pensam. Verunschk não é um sobrenome seu, mas sim de uma protagonista de
um livro que sua mãe lera. O curioso é que, apesar de saber o nome da referida
protagonista, Micheliny desconhece o título da obra, o que para ela é um dos
grandes mistérios de sua vida pessoal.
Sobre seus primeiros contatos com
a literatura, Micheliny mencionou a participação direta novamente de sua mãe,
que tinha o hábito de ler para ela todas as noites, antes do sono e o papel
importante que as bibliotecas exerceram ao longo de sua juventude.
“Decidida a ser escritora” desde
os nove anos, por influência também do pai, a certa altura Micheliny organizou alguns
de seus poemas e enviou, sem muitas esperanças de repercussão, uma parte de sua
obra para o Jornal do Commercio, em Recife, que para sua surpresa publicou um
de seus poemas. O dia da publicação ficou marcado por um grande susto que
Micheliny deu em seu pai ao berrar a plenos pulmões quando avistou seu nome no
jornal.
O causo contado pela escritora
acendeu um debate sobre a importância da mediação, por editores, críticos,
curadores e outros atores dessa rede, para a descoberta de novos talentos
literários. A esse respeito, Micheliny fez uma reflexão sobre a falsa sensação
de proximidade e interação que a internet proporciona “O grande problema da prevalência
das redes nessa relação é que a interlocução é só aparente”, pontuou.
Já no fim do bate-papo a
escritora destacou a influência de João Cabral de Melo Neto em sua poesia, “O João
não só batiza minha carreira de poeta, ele se torna um padrinho espiritual para
mim”, afirmou.
Para finalizar o encontro, Micheliny
trouxe duas dicas de escrita para o público presente: ler muito e ter paciência,
lembrando que entre a publicação de seu primeiro livro de poemas, “A geografia
íntima do deserto”, de 2003, e seu primeiro romance, “Nossa Teresa - vida e
morte de uma santa suicida”, de 2014, existe um intervalo de mais de uma
década.
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