No Workshop Internacional, Isabel Mayer lê carta aberta da Rede Latino-americana de Bibliotecas Comunitárias e Populares
Postado em 18 DE fevereiro DE 2020
A carta aberta fala sobre a importância da RLBCP: "Fazer Rede é criar pontes de comunicação e respeito. Atuar como Rede é coerência e coletividade. Neste propósito de construir e fazer Rede, as bibliotecas populares e comunitárias de diferentes países da América Latina estamos, desde 2017, com um único objetivo: a defesa do direito à leitura como um direito humano."
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A seguir, a íntegra do documento:
Rumo a uma rede latino-americana de bibliotecas comunitárias e populares
Construir uma rede é desejar, imaginar e sonhar. Andar em Rede é reunir-se, irmanar-se e abraçar. Pensar em Rede é falar e atuar. Ser Rede é confiar um no outro e na força de caminhar juntos. Fazer Rede é criar interdependências horizontais, deixar-se afetar pelo outro que é diferente, diverso, mas sempre humano. Fazer Rede é criar pontes de comunicação e respeito. Atuar como Rede é coerência e coletividade. Neste propósito de construir e fazer Rede, as bibliotecas populares e comunitárias de diferentes países da América Latina estamos, desde 2017, com um único objetivo: a defesa do direito à leitura como um direito humano.
Diante de um panorama de crise socioambiental e ético-política que a América Latina enfrenta, as bibliotecas populares e comunitárias são uma resposta moral e cultural que se recusa a pensar que o humano é motivado pelo egoísmo, ódio e falta de compaixão. Em um sentido alternativo, a Rede é uma mensagem de fôlego e acompanhamento das diferentes iniciativas realizadas pelas bibliotecas com suas comunidades, por isso é uma maneira de nos dizer que não estamos sozinhos e que nossa presença exige atos de amor e reciprocidade sincera, compassiva e calorosa.
Sob o princípio de “juntos somos cada vez mais fortes”, nasce este projeto. Primeiro, foi uma troca de experiências, conhecimentos, sucessos e preocupações, para que os membros de nossas redes participassem de eventos, visitassem as bibliotecas, conhecendo as comunidades onde estão localizadas, enfim, construindo confiança. Nestas trocas de saberes, visto que nossas realidades são semelhantes e nossas lutas e esperanças também são comuns, começamos com a construção de uma plataforma cooperativa que tornará visíveis nossas trajetórias históricas e geográficas. Dela, a aliança com o Instituto Goethe e várias reuniões que realizamos em Medellín e Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina) e em São Paulo (Brasil). E, como qualquer rede que queira se ramificar, outros relacionamentos foram ativados, tecendo-se outros vínculos, para continuar na proposta de articular outras experiências da America Latina. Nesse contexto, o Peru ingressou nesta rede e continuarão surgindo mais e mais vontades e adesões, sempre com o desejo de convocar o maior número de Redes locais e nacionais existentes para nos complementar, para ajudar e ser ajudado. Ou seja, reciprocidade calorosa e equilibrada.
Agora, nossa principal tarefa é contribuir para uma plataforma digital que gere uma marca dessa irmandade. É uma iniciativa palpável, que podemos ver aos poucos, nos unimos aos caminhos para caminhar juntos, aproveitando os novos formatos e linguagens da comunicação digital. Precisamos nos afirmar positivamente nessa esfera globalizadora, em nossa autenticidade e originalidade diante de um contexto cultural que busca eliminar diferenças em favor de projetos hegemônicos, portanto, nossa experiência e memória devem ser visíveis, acessíveis e inclusivas.
Nesta busca por encontrar nossa essência, que sempre será um trabalho com o passado, o presente e o futuro, estamos construindo um Manifesto das Bibliotecas Populares e Comunitárias que reúne nossos sentimentos, significados e propósitos. Nesta tarefa estão a Red LiteraSampa / RNBC, Vaga-Lume, Beija-flor e REBIPOA e esperamos que, em alguns dias, seja enviado como insumo a ser nutrido e cuidado pelas várias redes com as quais temos contato. Desde sua concepção, acreditamos em uma Rede Latinoamericana colegiada e cooperativa, sem estruturas hierárquicas, de modo que o convite é aberto a todas as redes de bibliotecas populares e comunitárias .
Acreditamos na capacidade do ser humano de transformar-se enquanto transforma seu entorno; assim como temos fé nos ventos do inconformismo coletivo, na resistência criativa e na autenticidade de ser latino-americanos. A Rede quer fazer parte e contribuir para esse projeto, desde a leitura e a palavra como ação e emoção, como ato e direito cidadão que permite a afirmação da vida, os sonhos e a liberdade. Porque ler libera, escrever cria, conversar junta e ouvir acompanha.
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