Morre Nadine Gordimer
Postado em 14 DE julho DE 2014

A escritora sul-africana Nadine Gordimer, ganhadora do prêmio Nobel de Literatura de 1991, morreu neste domingo, 13 de julho, aos 90 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas.
Em boa parte de seus mais de 30 livros, Nadine abordou a situação social de seu país e combateu o regime de segregação racial. Ela ficou mundialmente famosa com o romance A filha de Burger, de 1980, sobre o brutal levante de Soweto, quando estudantes que protestavam contra a qualidade das escolas foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo.
No Brasil, a editora Companhia das Letras publicou seis obras da escritora: Ninguém para me acompanhar, A arma da casa, O engate, De volta à vida, Beethoven era 1/16 negro e O melhor tempo é o presente.
Uma das principais vozes contra o apartheid, Nadine havia revelado em março que estava com câncer e que não conseguiria mais escrever um novo romance. "Talvez faça alguns contos, mas escrever me deixa mal e sou muito crítica, muito exigente com meu trabalho. Não acredito que aceitaria algum trabalho que não me satisfaça", afirmou na época.
Na BSP você encontra as seguintes obras da escritora:

O engate
(Editora Companhia das Letras)
O romance O engate desloca uma jovem branca e rica da África do Sul pós-apartheid para a desolação de uma aldeia miserável às margens do deserto, num país árabe de sociedade paternalista e regime ditatorial. Julie Summers, filha de um banqueiro de Johannesburgo, conhece Abdu, um mecânico de pele escura. Os dois se conhecem na oficina onde ele trabalha e a atração que sentem é imediata, não apenas no plano sexual, mas também pelas possibilidades de transformação que representam um para o outro. O relacionamento entre a mulher branca bem-sucedida e o homem “de cor errada de pele” vislumbra aos dois uma abertura para novos destinos.

Beethoven era 1/16 negro
(Editora Companhia das Letras)
Escritos em prosa inquieta e precisa, os textos de Beethoven era 1/16 negro perfazem um conjunto que retrata a África do Sul em nova configuração social. Filiação, cor da pele e origem étnica já não são tão determinantes, mas continuam informando as identidades de indivíduos que agora têm a chance de repensar o passado e intuir futuros incertos e promissores.A nova configuração política do país faz negros, mulatos, imigrantes e mulheres assumirem papéis proeminentes. Até os brancos precisam reinventar uma identidade nesse país “como ele é agora”. Ganham destaque as personagens femininas, que guardam a chave de compreensão dos novos tempos. São elas que parecem mover a atual dinâmica social sul-africana, por meio do casamento e do divórcio, da gestação e do aborto, da meditação sobre o passado e da inserção no mercado de trabalho. A literatura de Nadine Gordimer é um retrato ficcional do país nesse momento de reinvenção de si mesmo. Como diz o narrador do conto que dá nome a este livro, “houve um tempo em que negros queriam ser brancos, hoje brancos querem ser negros; o segredo é o mesmo”.

De volta à vida
(Editora Companhia das Letras)
Neste livro, Paul Bannerman,um ecologista de 35 anos que luta contra a construção de uma central nuclear em seu país, a África do Sul, recebe um diagnóstico de câncer na tireóide. Por uma ironia do destino, a radioterapia a que se submete o torna radioativo. A esposa Berenice (Benni), uma executiva do ramo da publicidade, e o filho ainda novo Nicholas (Nickie) visitam Paul, mas precisam manter certa distância por causa da radioatividade. Durante esse período de quarentena, em que se compara a um leproso, um intocável, Paul mora na casa dos pais, a casa de sua infância. Lá passa o dia praticamente no jardim, um microcosmo da natureza mais ampla com que, em sua atividade para uma fundação pela conservação ambiental, está habituado a conviver. Quando Paul volta para sua casa, as mudanças se precipitam na vida de todos da família.

Contando histórias
(Editora Companhia das Letras)
Organizada pela escritora Nadine Gordimer, esta coletânea traz 21 contos escolhidos pelos próprios autores, que abriram mão de seus direitos autorais. Trata-se de uma amostra representativa do que melhor foi produzido na literatura das últimas décadas. Basta lembrar que cinco dos autores reunidos neste livro ganharam o Nobel de literatura - José Saramago, Gabriel García Márquez, Günter Grass, Kenzaburo Oe e a própria Nadine Gordimer. Se a morte ronda boa parte das narrativas, como as de García Márquez, Margaret Atwood, Amós Oz, Njabulo Ndebele, Kenzaburo Oe e John Updike, os descaminhos da sexualidade fazem a graça dos contos de Arthur Miller e Hanif Kureishi. Se alguns autores, como Nadine Gordimer e Chinua Achebe, optam por um realismo implacável para relatar os horrores da guerra e da fome, há outros que preferem o viés do mitológico ou do fantástico para se expressar. É o caso de José Saramago, Salman Rushdie e Paul Theroux. Da sátira exacerbada de Woody Allen à curiosa fábula de Michel Tournier, o volume ainda traz - Es'kia Mphahlele, Ingo Schulze, Susan Sontag, Claudio Magris e Christa Wolf. Trágicos ou cômicos, os textos tão díspares do volume têm em comum, além da excelência literária, um profundo empenho em compreender a humanidade de seus personagens.
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