Lembrança de Cecília Meireles
Postado em 08 DE novembro DE 2013

Há 49 anos, em 9 de novembro de 1964, morria a poetisa Cecília Meireles, uma das mais importantes da literatura de língua portuguesa.
Nascida no dia 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro (RJ), Cecília começou a escrever poesia aos nove anos e, aos 18, publicou seu primeiro livro, Espectros, conjunto de sonetos simbolistas.
Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil.
Teve também amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como Leilão de jardim, O cavalinho branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da mata, entre outros. Com eles, Cecília traz para a poesia infantil a musicalidade, característica da sua poesia.
Em 1923, publicou Nunca mais… e Poema dos poemas, e, em 1925, Baladas para El-Rei. Após longo período, em 1939, publicou Viagem, livro com o qual ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras.
Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como Pequeno oratório de Santa Clara, de 1955; O romance de Santa Cecília e outros.
Você já leu Cecília Meireles? Veja algumas das obras disponíveis na BSP:

Espectros
(Editora Global)
Primeiro livro de Cecília Meireles, publicado em 1919, quando tinha aproximadamente 17 anos. Recém-formada pela Escola Normal do antigo Distrito Federal, no Rio de Janeiro, e reunia em livro 17 sonetos. Na apresentação desta edição, o crítico Henrique Marques-Samyn adiciona novas chaves de interpretação para estes poemas inaugurais ao identificar procedimentos técnicos que mais tarde se tornaram frequentes na poesia de Cecília Meireles. Henrique observa que o alheamento do mundo como condição que permite afastar o precário em busca de um sentido superior transparece em poemas como "Joana d'Arc" e "Evocação". A tematização do passado e da memória, segundo ele, percorre todo o livro, mas se faz mais nítida em sonetos como "Maria Antonieta" e "Noite de Coimbra". "Cabe considerar que, sem os anos de aprendizado parnasiano, talvez nossa autora não houvesse alcançado a dicção precisa que lhe é característica", ressalta Marques-Samyn e completa; "O domínio formal patente na riqueza rítmica de sonetos como "Átila" e "Sortilégio", só demonstra como Cecília Meireles, adolescente que, aos dezessete anos, publicava suas primeiras peças líricas, já exibia um manejo impecável dos recursos próprios da escrita poética. Com este pequeno volume, afinal, nascia um dos maiores nomes da poesia brasileira".

Vaga música
(Editora Global)
Os poemas aqui coligidos, em sua grande maioria, vão ao encontro de imagens do mar. E uma das formas poéticas mais usadas pela autora é a da canção - 'Pequena canção da onda', 'Canção da menina antiga', 'Canção mínima', 'Canção da tarde no campo', 'Pequena canção', 'Canção dos três barcos', entre outras. Tendo herdado a linguagem musical e cadenciada do simbolismo, e procurando depurá-lo, o lirismo de Cecília Meireles segue em direção à melancolia e ao sentimento da saudade do tempo que passou. Os poemas sugerem uma reflexão sobre a fugacidade da vida, a descrição do real e a preocupação com a falta de sentido da existência, bem como a ênfase na condição solidária do homem. A profusão de interrogações em boa parte dos poemas insinua o caminho escolhido pela autora para tocar a complexa sinfonia da vida; é preciso indagar para se encontrar no mundo. Para tal exercício, a modinha, a canção e a cantiga são algumas das formas poéticas aqui magistralmente orquestradas. Com efeito, a musicalidade latente é um dos elementos deste livro que, publicado em 1942.

Romanceiro da inconfidência
Na segunda metade do século XVIII, na cidade de Vila Rica (Ouro Preto), um grupo conspirou para tornar a região independente de Portugal. Corriam o mundo ideias de revolução e liberdade, mas a metrópole intensificava o controle fiscal, à medida que as jazidas de ouro de Minas Gerais davam sinais de esgotamento. Em 1789 esse grupo foi delatado, a Coroa fez uma devassa, prendeu e julgou os revoltosos por crime de inconfidência. Eles foram condenados à morte, e Tiradentes - um dos líderes - foi enforcado e esquartejado. 'Romanceiro da Inconfidência', de Cecília Meireles, é a obra literária que recuperou o episódio e contribuiu para dar-lhe um lugar na memória nacional.

Ilusões do mundo: crônicas
(Editora Global)
A obra reúne crônicas que mostram a sutil capacidade da autora de transmutar temas fortuitos em matérias de relevância, graças à sensibilidade para flagrar o insólito e levar o leitor a refletir sobre sua vida e seu tempo. Algumas delas foram lidas no início dos anos 1960 nos programas Quadrante, da rádio MEC, e Vozes da cidade, da rádio Roquette-Pinto, que reuniam naquela época um time de cronistas de peso como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Rubem Braga. Nestas crônicas, a autora destaca-se como atenta observadora do mundo, dotada de lucidez e perspicácia. Como se não bastasse sua verve privilegiada para examinar o que estava à sua volta, Cecília efetua com inigualável destreza a mistura entre observação e imaginação, exercício que pode ser vislumbrado nas crônicas sobre a almejada Ilha do Nanja. Tudo por meio de uma prosa que guarda fortes raízes com sua poesia. Num tempo repleto de atropelos e injustiças, o leitor tem o privilégio de repousar seus olhos sobre crônicas como 'A Ilha do Nanja' e 'Natal na Ilha do Nanja', verdadeiras flores em forma de prosa, e deixar-se envolver pelo perfume renovador de Cecília Meireles.
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