Há 10 anos morria Rachel
Postado em 04 DE novembro DE 2013

Há 10 anos, em 4 de novembro de 2003, morria a escritora Rachel de Queiroz. Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza (CE), Raquel foi uma autora de destaque na ficção social nordestina, além de ser a primeira mulher a ingressar, em 1977, na Academia Brasileira de Letras.
Em 1993, também foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Camões, o equivalente ao Nobel da língua portuguesa.
Em 1925, estreou na imprensa escrevendo crônicas e poemas de caráter modernista para o jornal O Ceará, sob o pseudônimo de Rita de Queluz. No mesmo ano, lançou em forma de folhetim, o primeiro romance, História de um nome.
Aos 20 anos, precisou submeter-se a rígido tratamento de saúde, devido a uma suspeita de tuberculose. Por ter de ficar em repouso absoluto, resolve escrever "um livro sobre a seca". Foi assim que Rachel ficou nacionalmente conhecida ao publicar O quinze (1930), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria.
Começou a se interessar por política social nos anos de 1928-1929 ao ingressar no que restava do Bloco Operário Camponês de Fortaleza, formando o primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro.
Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, destacou‐se no chamado romance nordestino.
Em 1932, é fichada como “agitadora comunista" pela polícia política de Pernambuco. Seu segundo romance, João Miguel, estava pronto quando a autora foi informada de que deveria submetê-lo a um comitê do Partido Comunista antes de publicá-lo. Semanas depois, seu livro não fora aprovado porque nele um operário mata outro. Fingindo concordar, Rachel pegou os originais de volta e rompeu com o partido, pois não via autoridade para censurar sua obra.
Com a decretação do Estado Novo, foi presa em 1937, em Fortaleza, acusada de ser comunista. Exemplares de seus romances foram queimados. Em 1964, apoiou a ditadura militar que se instalou no Brasil. Integrou o Conselho Federal de Cultura, em 1967, cargo que ocupou até 1985.
Estreia na literatura infantojuvenil, em 1969, com O menino mágico. Lançou Dôra, Doralina em 1975 e, depois, Memorial de Maria Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina. Publicou ainda um volume de memórias em 1998.
Durante 30 anos escreveu crônicas para a revista semanal O Cruzeiro e, com o fim da publicação, para o jornal O Estado de S. Paulo.
Em 1994, ingressou na Academia Cearense de Letras.
Você já leu alguma obra de Raquel de Queiroz? Na BSP você encontra os seguintes títulos:

Tantos anos
(Editora José Olympio)
Lançado em 1998.
Tantos anos radiografa as memórias de Rachel de Queiroz e de sua irmã Maria Luiza de Queiroz. A ideia expressa no início do livro é a de recusar as formas da memória heroica oferecendo duas versões - a dela e a de sua irmã, Maria Luiza - sobre os mesmos fatos. Estruturado em capítulos, Tantos anos mistura relatos gravados, textos escritos, perfis ou mesmo crônicas já publicadas, em torno do que elege como sendo temas centrais de sua biografia - família, literatura e política.

O menino mágico - livro em Braile
Lançado em 1969.

O não me deixes
(Editora José Olympio)
Lançado em 2000.
As características da culinária do sertão nordestino são o pano de fundo que Rachel de Queiroz utilizou para apresentar, neste livro, receitas preparadas em sua fazenda, situada em Quixadá no Ceará, e que recebe o nome de "O Não Me Deixes".

Dôra, Doralina
(Editora José Olympio)
Lançado em 1975.
Com Dôra Doralina, Rachel une o Nordeste ao Rio, e é exatamente nessa união que surge o romance de amor. Sem ser um romance policial, a obra registra uma realidade regional que termina por nos inserir no quadro histórico da formação brasileira. A história de amor que une Dôra ao Comandante, sem sacrificar os personagens menores nos envolve e suas presenças completam a galeria dos que se destacam não apenas neste romance, mas em toda a obra de Rachel. A romancista conferiu a Dôra uma sensível dimensão humana, quando a vemosvivendo, amando, sofrendo, como símbolo e imagem de nossa própria condição. São duas personalidades que fascinam --das Dores. Maria das Dores e o seu comandante. Aqui está o amor como liberdade. Liberdade é a paixão da obra de Rachel.

João Miguel
(Editora José Olympio)
Lançado em 1932.
João Miguel é um homem comum. A psicologia do preso é analisada com argúcia por Rachel de Queiroz. A mulher o abandona. Ele se vê só diante do destino que o perturba. Zé Milagreiro, que está preso na mesma cadeia, mata o tempo a fazer ex-votos, milagres de madeira, que são encomendados por gente que deseja pagar promessas. A angústia da prisão, a tensão de João Miguel freme nestas páginas. O trabalho reequilibra o preso. E com a mão assassina ele vai compondo seus trabalhos manuais com a fibra da carnaúba.
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