Ferreira Gullar imortal
Postado em 09 DE outubro DE 2014
Ferreira Gullar foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quinta-feira (9/10). O poeta ocupará a cadeira 37, que era de Ivan Junqueira, morto em julho deste ano. Esta cadeira já pertenceu a nomes como Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand e João Cabral de Melo. O maranhense tem 84 anos, é poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro. Foi um dos fundadores do neoconcretismo.
É um dos mais aclamados autores brasileiros vivos. Nasceu em São Luís (MA), em 10 de setembro de 1930, e publicou seu primeiro livro, Um pouco acima do chão, aos 19 anos de idade. Dentre suas principais obras, estão A luta corporal (1954), Dentro da noite veloz (1975), Poema sujo (1976) e Na vertigem do dia (1980).
"Estou muito feliz. Mais ou menos eu já esperava pelo que os acadêmicos me disseram. Já estava esperando. Desde que soube, já estava muito feliz. Mas na hora que acontece é diferente. Vira realidade mesmo, deixa de ser promessa", disse Gullar, ao saber que tinha se tornado "imortal".
Outras duas cadeiras da ABL estão abertas: a dos escritores João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna, que morreram duas semanas após Ivan Junqueira. A eleição para a vaga de João Ubaldo é no dia 23 de outubro. Uma semana depois, será feita a votação para a cadeira de Suassuna.
Confira alguns dos livros de Ferreira Gullar na BSP:

Bananas podres
Ferreira Gullar apresenta neste livro, em textos manuscritos, uma reunião de seus poemas intitulados Bananas podres, acompanhados por uma série de pinturas e colagens feitas por ele para esta edição. A infância em São Luís, a família, a passagem do tempo, a desordem e a tentativa de reter sensações estão presentes nesses poemas que refletem o melhor da poesia de Ferreira Gullar e suas próprias interpretações visuais sobre sua vida e expressão.

Gamação
Este livro retrata a descoberta da paixão, da sensualidade, do amor e do sexo, ao contar a história de Marcelo e Suzana, dois jovens que se conheceram numa festa de colégio, namoraram, mas tiveram suas vidas direcionadas para caminhos diferentes. Mas entre Marcelo e Suzana surge uma amizade íntima à medida que confidenciam um ao outro as experiências pelas quais passaram.

Crônicas para jovens
A obra compila textos de Ferreira Gullar, na maioria das crônicas. Selecionadas para este livro narram pequenos acontecimentos ligados ao cotidiano comum do autor, em situações sobretudo divertidas. Outros textos apresentam o Brasil e os brasileiros, com seus problemas e traços considerados característicos.

Experiência Neoconcreta: momento limite da arte
Em 1959, Ferreira Gullar redigiu o Manifesto Neoconcreto com o apoio de Amilcar de Castro, Lygia Pape, Franz Weissmann, Lygia Clark, Theon Spanúdis e Reynaldo Jardim. Quase cinquenta anos depois, o poeta e crítico presta seu depoimento inédito sobre um dos momentos mais radicais da arte brasileira. Do interior do movimento neoconcreto, Gullar definiu importantes conceitos, como o de 'não-objeto', e vivenciou a gênese de obras fundamentais como os Contra-relevos de Hélio Oiticica e os Casulos e Bichos de Lygia Clark.

Sobre arte sobre poesia: (uma luz do chão)
No ensaio, Gullar detalha seus conceitos e opiniões acerca dos mais variados tipos de manifestações artísticas. Na primeira parte do livro, Sobre arte, o poeta trata de temas em constante discussão, como a arte e o novo, a exposição de arte como espetáculo, a anulação da crítica, a arte efêmera e arte como fazer ético, entre outros. Depois, em Sobre poesia, o autor discorre sobre o gênero que marcou sua carreira.

Romances de cordel: (1962-1967)
As histórias de Ferreira Gullar que compõem Romances de cordel foram escritos em 1960. São textos de caráter social e político, que surgiram num momento de grande atuação do poeta no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Relâmpagos: [dizer o ver]
Esta edição trata-se da reunião de ensaios sobre artes plásticas escritos ao longo de quase cinquenta anos por um poeta e crítico de arte brasileira. São 48 textos que atravessam a história da arte no mundo e no Brasil, de Michelangelo e Leonardo da Vinci a Picasso e Matisse, passando por Rembrandt, Goya, Rodin, Cézanne, Renoir, Van Gogh e Chagall, entre outros. No Brasil, o autor se detém sobre a produção de Oswaldo Goeldi, Iberê Camargo, Franz Weissmann e Siron Franco, entre outros.

Luta corporal: poesia
O livro traz poemas divididos entre os seguintes temas - Sete poemas portugueses; O mar intacto; Um programa de homicídio; O cavalo sem sede; As revelações espúrias; A fala.

Na vertigem do dia: poesia
O livro contém poemas que, além de acabadas realizações literárias, estéticas e intelectuais, constituem um verdadeiro mergulho nas camadas mais profundas da condição humana, fruto que são de anos e anos de lúcido e consequente engajamento poético.

Barulhos: (1980 - 1987)
Barulhos reúne a produção poética de Ferreira Gullar entre 1980 e 1987, comemorando mais de trinta anos de poesia. Gullar nos dá conta do caminho percorrido naqueles anos, os amigos perdidos, as portas que faltam, a diária redescoberta do corpo. É uma obra que marca, em definitivo, a passagem do escritor pela maturidade.

Muitas vozes: poemas
O autor busca mostrar seu estilo despido de qualquer pedantismo, fruto da cristalização de suas experiências e linguagens.

Um gato chamado Gatinho
Os poemas deste livro são uma homenagem de Ferreira Gullar a seu gato, amigo de longa data. O poeta mostra que, quando se trata de amizade, não existem donos: a ideia de posse é completamente ausente.

Dr. Urubu e outras fábulas
As poesias de Dr. Urubu e outras fábulas mostram crianças descobrindo os estranhos e fascinantes animais ao seu redor. Na primeira fábula, uma menina bate um papo com o Papagaio. Neste universo mágico e lírico, todos os animais são criaturas simpáticas e tagarelas que, além de falar, sabem rimar.
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