BSP: Prêmio APCA de arquitetura
Postado em 28 DE março DE 2012
O escritório Aflalo e Gasperini, o arquiteto Dante Della Manna e a empresa Univers Design levaram o Prêmio APCA 2011 de Arquitetura na categoria Obra de arquitetura em São Paulo pelo edifício da Biblioteca de São Paulo. O prêmio é um "reconhecimento a obra arquitetônica, urbanística, de infraestrutura ou de mobiliário urbano construída no Estado de São Paulo e inaugurada entre 2010 e 2011".
[caption id="attachment_13625" align="alignnone" width="1270" caption="Projeto da Biblioteca de São Paulo (Imagem: Acervo Aflalo e Gasperini)"]

[caption id="attachment_13626" align="alignnone" width="1601" caption="Projeto do piso adulto (Imagem: Acervo Aflalo e Gasperini)"]

Os apaixonados por arquitetura (e pela BSP) podem ler abaixo um trecho da ata da premiação, assinada pelos críticos de arquitetura.
O tema biblioteca é caro aos arquitetos e o edifício da Biblioteca São Paulo, projetado pelo escritório Aflallo e Gasperini, o arquiteto Dante Della Manna e a empresa Univers Design, tem interesse pelas referências que atualiza da arquitetura erudita.
O projeto propõe: a volumetria da caixa acristalada, onde está presente a horizontalidade, a planta de geometria regular e a tipologia de pátio interior presentes no projeto do arquiteto Mies van der Rohe para a Biblioteca e Administração do Illinois Institut of Technology – IIT, em Chicago (1944); o forro de forma orgânica e a iluminação natural indireta que proporciona uma luz difusa e sem sombra da Biblioteca de Viipuri de Alvar Aalto (1927-1935), também situada em um parque público; a animação e controle da luz na impressão de imagens e/ou textos nos vidros das fachadas propostos pelos arquitetos Herzog e De Meuron na Biblioteca da Escola Técnica de Eberswalde (1999).
A arquitetura da Biblioteca São Paulo propõe a visualização do espaço como um todo e privilegia a participação e a integração dos usuários. Não há nesta obra uma inovação na forma ou no conceito de ambiente da biblioteca, cujo projeto se desenvolve em espaços fluidos e integrados e entende que o tema “biblioteca”, além de cuidar da iluminação, da acústica, da vistas da paisagem exterior, do mobiliário, deve ser catalizador ou mediador entre a informação e as pessoas, e outros eventos que possam suceder. Mas esta obra se distingue de possíveis referências, já que o programa arquitetônico não se encerra no sólido que a contém, mas se amplia em direção ao espaço público do Parque da Juventude. Este diferencial marca a escolha da Biblioteca São Paulo como obra de arquitetura indicada ao prêmio APCA deste ano.
Premiar uma obra de arquitetura em São Paulo não tem significado crítico do ponto vista da beleza, da citação erudita e/ou da magnitude do objeto isolado, mas sim da sua contribuição às questões da complexa sociedade em que se insere. A megacidade, como sabemos, tem como tradição abrigar pessoas de inúmeras etnias e das mais variadas regiões do Brasil. Uma condição de generosidade advinda do vigor e da capacidade em gerar riquezas e, consequentemente, emprego. Mas esta vocação produtiva não significou necessariamente a humanização dos espaços, a inclusão social através da condição digna de moradia e, principalmente, da educação para todos os que aqui vieram tentar a sorte e colaborar na construção da cidade.
O prêmio na categoria “Obra de arquitetura em São Paulo”, portanto, acarreta considerações sobre a condição de urbanidade e de cidadania na metrópole paulistana. Urbanidade que propõe a ampla experiência da vida urbana compartilhada. Cidadania que valoriza o habitante comum da cidade – todos nós – e promove laços entre indivíduos e coletividade.
A reconversão do uso da área prisional do Complexo do Carandiru em parque mostra a vontade de uma metrópole mais humana. A inclusão de uma biblioteca neste território reinaugurado como Parque da Juventude alberga condições dignas de inclusão a partir do respeito e o incentivo à educação e à cultura.
“Um país se faz com homens [mulheres] e livros” é uma máxima atualizada de Monteiro Lobato. O livro é produto e instrumento indispensável na formação cultural e construção do saber. A biblioteca, por sua vez, aberta e vinculada ao parque, é o espaço facilitador e propiciador do acesso à leitura, reflexão e construção do pensar, mas também lugar de encontro e prazer.
A Biblioteca São Paulo, que alia instrução e vida pública ao congregar memória e imaginação, espaço individual e território coletivo, é compreendida como espaço político apropriado a uma condição contemporânea de vida nova na metrópole do planalto de Piratininga.
A assembeia que definiu os melhores de 2011 foi realizada no dia 12 de dezembro de 2012. A premiação aconteceu no último dia 13.
Quer saber mais sobre o projeto da Biblioteca de São Paulo? Assista ao vídeo produzido na ocasião da celebração dos dois anos de existência da BSP.
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