Bate-papo com Raphael Montes na BSP
Postado em 28 DE setembro DE 2016Neste sábado, 24 de setembro, a Biblioteca de São Paulo (BSP) promoveu um bate-papo com o escritor Raphael Montes no programa Segundas Intenções. Na conversa, foi falado de literatura policial, suas referências literárias e mais detalhes de cada livro. Comentou também sobre sua nova obra, Jantar secreto, que deve chegar nas livrarias até o fim do ano. A moderação da conversa foi do crítico literário Manuel da Costa Pinto.
Nascido em 1990 no Rio de Janeiro, Montes foi elogiado por Scott Turow, impressionou crítica e público com Suicidas, um suspense finalista do Prêmio Benvirá de Literatura 2010, do Prêmio Machado de Assis 2012 e do Prêmio São Paulo de Literatura 2013. Dias perfeitos, seu segundo romance, teve os direitos de tradução vendidos para 18 países e O vilarejo, seu livro de terror com ilustrações, recebeu comparações com Stephen King.
Para começar, Manuel falou que Montes não é um autor policial por acepção e sim um escritor de thrillers. Também comentou o autor perpassa qualquer categorização ou gênero. Montes concordou afirmando que a literatura policial tem subtextos que falam da sociedade e do ser humano. Acredita que seus livros flertam com obras clássicas de Agatha Christie e Georges Simenon, mas gosta de trabalhar os protagonistas de maneira densa e complexa.
“Acho que o formato clássico do livro policial se esgotou. O público de hoje não quer saber de um protagonista que não morre e de tramas convencionais, onde acontece um crime, o narrador joga várias pistas e tem uma solução no fim”, diz ele, ao se dizer indeciso sobre se vai ou não escrever uma série de livros com um personagem central. “Gosto de escrever livros independentes, mas meus editores falam para escrever continuações. Talvez o faça, e já tenho algumas ideias”.
Sobre suas referências, ele disse que as mulheres escrevem melhor que os homens. Entre suas preferidas estão a norueguesa Karin Fossum e a francesa Fred Vargas, além de nomes clássicos do Brasil como Luiz Alfredo Garcia-Roza e o italiano Italo Calvino. “Acho que existe muitos tipos de autores. Alguns escrevem pouco e são geniais, como Raduan Nassar. Outros são como Agatha Christie, que publicou muitos livros e acertou e errou. Quero ser esse segundo tipo de escritor. Sou um caldeirão criativo”.
Montes também comentou que todos seus livros serão adaptados para cinema e que ele tem uma forte ligação com o audiovisual. Escreve roteiros para cinema e televisão, como a novela A regra do jogo, da Rede Globo, as séries Espinosa e Supermax. Assina ainda uma coluna semanal no jornal O Globo, onde costuma falar de literatura policial e dar dicas de leitura.