Bate-papo com Joca Reiners Terron
Postado em 25 DE maio DE 2015A Biblioteca de São Paulo (BSP) recebeu neste sábado, 23 de maio, o escritor Joca Reiner Terron. Simpático, ele comentou sobre as experiências na literatura, especialmente como editor, falou sobre a passagem que teve no teatro e comentou sobre os novos lançamentos, agora pela Companhia das Letras. A mediação foi do jornalista e crítico literário da Folha de S. Paulo Manuel da Costa Pinto.
Incialmente, Terron explicou sobre como foi trabalhar no mercado editorial. Como designer e editor, ele trabalhava para o segmento de livros didáticos. Resolveu lançar um selo, Ciência do Acidente, para publicar sua primeira obra, Eletroencefalodrama (1998). A recepção foi positiva, tanto da crítica como dos leitores. Ele também atraiu outros autores, que se interessaram pela proposta da editora. “Essa passagem começou como um acidente, não queria ser escritor”, disse. “Era o princípio da internet e consegui reunir uma geração de autores, nomes como o Marçal Aquino”, complementou.
Seu último livro é o romance A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves (2013), finalista do Prêmio São Paulo de Melhor Livro de 2014. Em breve, vai lançar a obra inédita O sonâmbulo no topo de edifício em chamas, ainda sem data de lançamento. Também vai assistir adaptação ao cinema de Curva de rio sujo, filme de Felipe Bragança baseado no livro de contos homônimo. “Escrevo todos os dias e os textos vão se misturando. Não consigo conceber a realidade de uma maneira não fragmentada”, disse.
Joca Reiners Terron nasceu em Cuiabá, em 1968, e vive em São Paulo desde 1995. Estudou arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e formou-se em desenho industrial na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Foi vencedor em 2010 do prêmio Machado de Assis na categoria Melhor Romance com a obra Do fundo do poço se vê a lua.
Sobre esta obra, que pertence a série Amores Expressos, Terron queria fazer um amor fraternal. Para isso, ele morou um mês no Egito em 2007. A série tem como premissa livros que são uma história de amor ambientada em algum país. Das lembranças do Cairo, ele notou a cidade caótica e urbana, o processo de decadência típico do final da ditadura de Hosni Mubarak. “Já dava para perceber os movimentos que ecoaram na Primavera Árabe em 2011. As pirâmides, por exemplo, são separadas do povo por um muro. Se não o fossem, já teriam favelas cercando esse símbolo da antiguidade”, finalizou.