Ana Luisa Escorel, Veronica Stigger e Marcos Peres levam o Prêmio São Paulo de Literatura
Postado em 11 DE novembro DE 2014[caption id="attachment_38363" align="aligncenter" width="552"] Da esquerda para a direita: Veronica Stigger, Ana Luisa Escorel e Marcos Peres.[/caption]
Nesta segunda-feira, 10 de novembro, foi anunciado o resultado final do Prêmio São Paulo de Literatura 2014. A premiação escolheu os melhores romances em língua portuguesa em todo o País, em evento realizado no Museu da Língua Portuguesa. Ana Luísa Escorel ganhou na categoria Melhor Livro do Ano de 2013 com Anel de vidro (Editora Ouro Sobre Azul, 2013). Veronica Stigger venceu com Opisanie swiata (Cosac Naify, 2013) na categoria Melhores Livros do Ano – Autores Estreantes com mais de 40 anos, e Marcos Peres faturou na categoria Melhores Livros do Ano – Autores Estreantes com menos de 40 anos, com O evangelho segundo Hitler (Record, 2013).
Ana Luisa Escorel nasceu em 1944, em São Paulo, onde passou infância e adolescência. Bacharelou-se pela Escola Superior de Desenho Industrial, Rio de Janeiro, integrando a primeira geração de designers com formação regular e nível superior no Brasil. Atua profissionalmente desde 1970. Em 2000, fundou a Ouro sobre Azul, empresa voltada para a atividade de design gráfico e para edição e distribuição de livros. Anel de vidro narra a mesma situação vivida de maneiras diferentes pelas quatro personagens envolvidas – dois casais –, vítimas involuntárias de um gesto de infidelidade conjugal. “É importante iniciativas como o Prêmio São Paulo, pois é uma chancela oficial para descobrir novos talentos. E preenchem um espaço que a crítica literária atual não faz”, afirmou a autora.
Veronica Stigger nasceu em 1973, em Porto Alegre. Desde 2001, vive em São Paulo. É escritora, crítica de arte e professora universitária. Possui dez livros publicados e alguns de seus contos foram traduzidos para catalão, espanhol, francês, sueco, inglês, italiano e alemão. Opisanie świata ganhou o Prêmio Machado de Assis de 2013 da Fundação Biblioteca Nacional e conta a história de Opalka, um polonês de cerca de 60 anos, que, em sua terra natal, recebe uma carta por meio da qual descobre que tem um filho no Brasil, e que este está internado num hospital em estado grave. Ele decide, então, viajar ao encontro do filho. “Não queria fazer um romance psicológico, mas sim um livro que o protagonista viaja e descobre novos caminhos e possibilidades”, disse a autora.
Marcos Peres nasceu em Maringá (PR) e viveu sua infância em Astorga (PR). É graduado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente, é servidor do Tribunal de Justiça do Paraná. É um dos autores do projeto Contos Maringaenses que reuniu jovens escritores locais e que resultou no livro homônimo. Ganhou o Prêmio Sesc de Literatura 2012/2013 e foi finalista do Prêmio Jabuti, com O Evangelho segundo Hitler. “A minha ideia, que era uma brincadeira, era fazer com os contos de Jorge Luis Borges fossem o fundamento do nazismo. Criei toda uma teoria falsa para justificar o livro, um Borges real e inventado”, disse o escritor que é um grande fã do mestre argentino.
Promovido pelo Governo do Estado de São Paulo e focado especificamente em romances, o Prêmio é o maior do País em valor. São R$ 400 mil no total, sendo R$ 200 mil para o vencedor na categoria Melhor Livro do Ano e 100 mil para cada vencedor da categoria Melhores livros do Ano – Autores Estreantes, um com mais de quarenta anos e outro com até quarenta anos.
Ao todo, 153 obras entraram na competição. Desses, são 67 de autores “veteranos” e 86 de autores estreantes. Todos são livros de ficção no gênero romance, escritos originalmente em língua portuguesa, com primeira edição mundial no Brasil e cuja comercialização da primeira edição tenha ocorrido no ano de 2013.
O Prêmio São Paulo de Literatura foi criado em 2008 pelo Governo do Estado de Sãs Paulo como forma de valorizar a produção literária, estimular novos autores e incentivar a leitura. Hoje, está entre os prêmios literários de maior visibilidade no País e vem ajudando a divulgar obras e autores que se tornam relevantes no cenário nacional.
Entre os autores premiados em outras edições estão grandes nomes da literatura nacional, como Cristóvão Tezza (O filho eterno), Ronaldo Correia de Brito (Galiéia), Raimundo Carrero (Minha alma é irmã de Deus), Tatiana Salem Levy (A chave de casa) e Rubens Figueiredo (Passageiro do fim do dia) e Bartolomeu Campos de Queirós (in memoriam, por Vermelho amargo), Daniel Galera (Barba ensopada de sangue), entre outros.
Desde que foi criado, o Prêmio teve participação de um total de 1.177 livros e contribuiu de forma decisiva para dar visibilidade não só às obras vencedoras, mas também aos trabalhos finalistas.
Vencedores das outras edições
2013
Melhor Livro do Ano - Daniel Galera, com Barba Ensopada de Sangue
Melhor Livro do Ano - Autor estreante +40 Paula Fábrio com Desnorteio
Melhor Livro do Ano - Autor estreante -40 Jacques Fux com Antiterapias
2012
Melhor Livro do Ano – Bartolomeu Campos de Queirós, Vermelho amargo (in memoriam)
Melhor Livro do Ano - Autor estreante – Suzana Montoro, Os hungareses
2011
Melhor Livro do Ano– Rubens Figueiredo, Passageiro do fim do dia.
Melhor Livro do Ano - Autor estreante – Marcelo Ferroni, com Método prático de guerrilha.
2010
Melhor Livro do Ano – Raimundo Carrero, A minha alma é irmã de Deus.
Melhor Livro do Ano - Autor estreante – Edney Silvestre, Se eu fechar os olhos agora.
2009
Melhor Livro do Ano – Ronaldo Correia de Brito, Galiléia.
Melhor Livro do Ano - Autor estreante – Altair Martins, A parede no escuro.
2008
Melhor Livro do Ano – Cristóvão Tezza, O filho eterno.
Melhor Livro do Ano - Autor estreante – Tatiana Salem Levy, A chave de casa.