13 frases de Mia Couto
Postado em 22 DE agosto DE 2013No dia 20 de agosto o escritor e poeta moçambicano Mia Couto fez palestra para uma plateia de 400 pessoas na Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital paulistana. Ele falou sobre literatura, individualismo, suas experiências no Brasil e as várias facetas do continente africano.
Mia Couto tem uma obra literária extensa e diversa, incluindo poesia, contos, romances e crônicas. Muitos dos livros dele são publicados em mais de 22 países e traduzidos para alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano. Em 2013, ganhou o prêmio Camões, a maior premiação para um escritor de língua portuguesa. Entre as suas obras mais famosas estão os livros Cada homem é uma raça, O fio das missangas, Antes de nascer o mundo e Terra sonâmbula.
Confira algumas das frases do escritor africano.
“Sobre o livro Terra sonâmbula, eu descobri que o que faz andar a estrada é o sonho. É o sonho que deve nos mover como seres humanos”.
“Vivo do outro lado do mundo, na beira do Oceano Índico, e quando venho para o Brasil, tenho sempre a sensação de estar num país inventado, que é o esteriótipo do carnaval, do samba e da alegria. Acredito que existam vários brasis. Moçambique é assim, a África também é marcada por muita diversidade. E, aos poucos, ganhei a profissão de embaixador das várias Áfricas”.
“As vozes que eu ouvia do Brasil foram muitas, desde cantores, escritores e utopias. Entre as influências que me marcaram - como Caetano, Chico, Gil e Milton - destaco a voz doce de Dorival Caymmi, que na minha infância cantava a relação dele com o mar. Isso me marcou muito, pois eu via o oceano, estava na varanda da minha casa e esse embalo alimentou a minha alma sonhadora”.
“Todas as influências são parte de mim, que dão vazão na palavra, que constrói e inventa”.
“Quando um livro meu é adaptado para outra linguagem como o teatro ou o cinema, gosto que exista uma ruptura com os padrões tradicionais. Quanto mais longe e diferente estiver da minha obra, melhor será a tradução do livro para outra linguagem”.
“Existe um grande desconhecimento no Brasil quando falo que sou de Moçambique. Já me perguntaram se fica perto do Paraguai. Outra vez peguei um taxista que disse para outro taxista: ‘Esse gringo está tentando falar português’”.
“Quando escrevo, tenho que acomodar as nossas várias facetas, a ponto que não tenha que matar uma parte dentro de mim. É aceitar que somos uma existência composta e escrever é mais desfazer do que fazer. Afinal, somos muitos e ao mesmo tempo, temos uma singularidade. Somos únicos como indivíduo.”
“O escritor não é o que escreve bem, mas aquele sujeito que tem histórias e faz o leitor viajar dentro dele. É, de certa forma, um contrabandista de almas”.
“A infância é ver o mundo como algo que não está acabado. Aquele adulto que não se surpreende com nada, sinto dizer, mas está morto”.
“Carregamos o nosso passado como uma doença e o nosso presente parece estar conectado com um culto pela velocidade, que não nos faz refletir sobre o que nós somos”.
“Meu processo de escrever é caótico. Gosto de usar papel e caneta para anotar minhas impressões sobre o mundo. Uso o computador como uma caixa, onde transcrevo algumas dessas anotações. E deixo essas histórias sedimentarem, para depois descobrir qual a voz delas: se é uma poesia, um conto ou um romance”.
“A minha musa é a tristeza. Sem ela, não ficaria vendo o mundo por uma janela, parado e escrevendo. Eu teria a alegria de sair de casa e querer viver. Acho que isso é um pouco da influência portuguesa na minha vida. Mas não cultuo a saudades. Acho que seria muito lusitano”.
“Muitas pessoas viajam de avião, mas quando fazem turismo parece que estão numa gaiola. Viajar é sair de nós mesmos”.
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